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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desabafos de um Egoísta

Sabe, queria poder dizer que eu não sou uma pessoa egoísta. Com toda a minha alma, eu queria poder dizê-lo.
Dizer que penso demais nos outros, e que faço o que posso para ajudar;
Dizer que fico triste com tragédias alheias à minha existência;
Dizer que gosto de trabalhar porque sou uma pessoa digna;
Dizer que faço por onde merecer respeito e consideração...
Mas, por mais que eu queira ser assim, me vejo adentrando pequenos paradoxos; porque, por mais altruísta que eu queira ser, um maldito egoísmo sempre sobressai.
Eu sou egoistamente altruísta, se posso assim dizer.
Se penso demais nos outros, é porque gosto deles; ou seja, me faz bem pensar neles; quero vê-los bem para que continuem me fazendo bem.
Se fico triste com tragédias que acontecem bem longe daqui, é porque penso que também aqui poderiam acontecer; ou talvez não... Mas mesmo assim é uma falsa empatia, cheia de comparações e expectativas.
Se gosto de trabalhar, se sou uma pessoa digna, se faço por onde merecer respeito e consideração... É porque, mais uma vez, algo aquilo trará em meu benefício.
Ou é para evitar constrangimentos? Ou porque sou educado, talvez?
Mas pare e pense...
Tudo... Todas as nossas atitudes são um pouquinho egoístas. Mesmo que aparentemente não o sejam a princípio.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Singulares no Plural

Somos.
Na maior parte do tempo apenas somos;
Pura e simplesmente, no sentido primordial do verbo.
Mas somos apenas no plural, o que me faz pensar que essencialmente "eu sou", no singular; e singular como sou, acabo só apenas por ser.
Já este, o infinitivo de ser, traz uma infinidade de vantagens.
Posso ser não importa o quê: Ser humano, ser real, posso ser primeira pessoa no singular e no plural.
Alegra-me ser no infinitivo a primeira pessoa; assim tenho a possibilidade de ter infinitas-tantas-outras primeiras pessoas junto à mim.
Não sou mais só eu, no singular.
Agora somos nós, mesmo que sós em nosso respectivo ser, nossas respectivas pessoas.
Portanto gosto de dizer que somos singulares.
É isso mesmo, nós somos singulares no plural.
Mais ou menos assim;
Eu, nós: No infinito do infinitivo e no plural da singularidade de ser quem somos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Apenas Um Solilóquio

- O que sentes no coração?
- Uma insipidez saborosa... Não! Um salobre insosso... É! Quase-doce, temperadamente doce. Existe?
- Ah! É só a sede, Rod.