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quarta-feira, 1 de junho de 2022

Depois de ontem, antes de amanhã

Sabe quando as pessoas dizem que gostariam de voltar no tempo para aconselharem-se a si mesmas?
Pois eu bem queria que fosse ao contrário.
Quisera eu receber um enorme abraço apertado meu, de 30 anos atrás, que me permitisse reaprender a confiar nos meus próprios instintos.
E o quão bom seria se, há 25 anos, meu eu de 10 anos me fizesse herdar tão bela compaixão, que era inerente a mim, por todos os seres vivos?
E quem dera poder pedir a mim mesmo, aos meus 15 anos de idade, que me ensinasse a sorrir por tudo e por nada, à tudo e a todos, e que não me deixasse perder de vista a minha inocência tardia... 
Oxalá eu pudesse aprender com o meu eu de 20 anos o verdadeiro sentido que tem o amor incondicional.
Seria uma honra sentar-me comigo mesmo de há dez anos e agradecer por todas as decisões, conscientes ou inconscientes, que me atraíram e conduziram ao caminho pelo qual agora enveredo.
Me daria muito gosto poder me parabenizar cinco anos atrás por chegar, ainda que cambaleante, aos 30 e pedir a mim mesmo que me mostrasse como manter a firmeza e orientação inabaláveis que eu já parecia possuir neste infindável caminho rumo à paciência.
Da mesma forma esperava encontrar-me comigo mesmo há cinco meses para que me mostrasse como sonhar acordado, não obstante toda a dor e tristeza do mundo real.
Isso põe fim às minhas divagações, uma vez que tudo aqui não tem qualquer relevância concreta. Em meu íntimo, todos estes seres me estão ainda ao alcance. Diante do meu nariz. 
Trata-se pois de um memorando. Tudo o que se faz necessário é um tantinho mais de esforço e bravura pra vasculhar em meu passado aquilo que me parece faltar para hoje.
E amanhã, assim que abrir os meus olhos, poderei ter total confiança na minha pessoa de hoje para que me prometa, com toda sinceridade do mundo, que o melhor de mim estará sempre em mim mesmo.

Rodrigo Aleixo

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Mind the Gap

Cher toi,
Nous nous préparons aux départs et à tout nouvel arrivage.
Les directives suivantes permettent de garantir ta sécurité et de protéger tes expériences passées et futures contre tout éventuel dommage.
Assure-toi que tes bagages vitaux sont bien rangés.
Assure-toi d'ajuster ton propre soi-conscient avant d'aider les autres. 
Attention. Toute compatibilité est la responsabilité de ceux et celles qui animent leur propre esprit ou qui décident de ses spécifications.
L'assemblage, le fonctionnement et l'entretien de ton propre corps et de ton état de conscience doivent être entrepris en grande partie par toi-même ; lorsque ce n'est pas le cas, merci de bien vouloir faire appel aux qualifications et à l'expérience de la personne à qui tu te confieras.
Garde toujours les lignes de communication ouvertes avec tes covivants et covivantes afin de promouvoir et de maintenir un environnement sain et sécurisé.
Enfin,
Arrête-toi.
Regarde des deux côtés de la route avant de traverser ta vie.
Et attention à la marche en descendent du quai.

Rodrigo Aleixo

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

(Re)Noués

Nous.
Nous qui ?
Nous. Forme personnelle atone, sujet verbal qui nous lie.
Qui sommes-nous alors ?
Des forteresses.
Des châteaux qui renferment ou qui gardent nos trésors-intimes.
Des trésors qui demeurent hors de vue mais dont nous faisons don aux chœurs et aux coeurs qui nous habitent.
Et comment sommes-nous donc ?
Indéfinis, nous sommes quiconque. Des réceptacles de force, nous sommes très forts, et ensembles nous sommes tout le monde.
Âmes vagabondes, nous sommes unis, en une seule seconde.
Et là, au hasard, nous sommes liés.
Nous voilà (re)noués.

Rodrigo Aleixo