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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Menos azul (cada vez mais)

Meu passado é azul.
À minha maneira eu construí um passado, ao invés de construir um futuro.
Eu fui como um artista louco, modelando ou pintando, abismos e pontes e estrelas e torres e pedras e vidas e árvores sobre coisas mortas.
Tudo azul.
E eu decidi que estou satisfeito com ele, agora, pois é um lindo passado.
Ainda assim é um passado, um passado que passou.
Foi difícil entender isso.
Posso até olhar para trás e admirá-lo pelo que foi, mas não fico mais pensando em voltar lá justamente porque já vivi ali e, finalmente, agora, entendo que aproveitei de lá tudo o que pude.
Agora eu tenho um janelão azul para admirar e tirar de lá milhares de lições para o meu futuro, que não é todo azul.
Mas, péra, meu futuro tem azul, também, é claro...
Só que na essência ele é todas as cores, uma de cada vez.
E ele tem brilho e sombra e ponta e curva e folha e vento e planos.
Ah...
E ele é tão sólido quanto ele é fluídico.
E nele, neste futuro, eu me amo.
Cada vez mais.

Rodrigo Aleixo

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