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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Precisão



A mim encanta o que é falho, natural;
O vento que escapa dos dedos sem que se possa segurar;
Se quando bate com os dedos n'água tira um som que não se pode precisar;
Ou a sombra que foge do sol tal qual peixe de um anzol.
Não se pode misturar o real ao ilusório sem disfarçar a verdade ou despir-se da fantasia.
Se os dedos não seguram o ar, respire, deixe que o faça o pulmão;
Se procura precisão, tenta ouvir um coração;
Não fosse o sol, sombras não se definiriam.
Defina-se. Assombre-se.
Não misture o ilusório ao real, por fim, transponha-o.
E quando dormir, sonhe; porque ao sonhar você traça metas, também.
Transponha-se.

Rodrigo Aleixo