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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pequenas Viagens Estelares

Olhos cor-de-tudo e coração de um, estrelas fazem infinitas viagens-luz até a Terra somente para cumprimentá-lo. Por isso de piscarem assim.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Casa-de-Alma

Em minha casa-de-alma investi no interior.
Meu objetivo final é deixar, para os que me cercam, algo de bom, correto e concreto para quando eu for viajar.
Por fora, ninguém diz que é bonita. Parece uma casa-de-alma simples, de tijolo-pedra sem pintura, para não fazer alarde.
Por dentro, quem eu convido sabe… Come-se das melhores conversas, bebe-se das melhores emoções, e até a tristeza tem um quê de requinte.
Na decoração vê-se todas as cores, quentes e frias, de dar inveja em alguns decoradores "especialistas" em feng shui.
Os melhores quadro-memórias, de diversos estilos, estão pendurados lá.
Não foi sempre assim. Foi construida aos poucos e eu fui aprendendo a gostar aos poucos porque morar lá não é fácil…
Quando é verão, além de derreter, eu costumo delirar. Nunca me dou bem com coisas quentes demais.
Faço saladas inteiras com razões torradas e coração gelado, cru, nu.
É também muita coisa para se arrumar e limpar, sem contar com as pestes e ocasionais furtos.
O pior é quando acabam-se as luzes, principalmente no inverno onde normalmente estou sozinho e sinto medo…
Logo lembro que tenho velas e, com iluminação, aproveito para preparar um jantar forno a lenha.
A tarde começa a cair e eu reúno minhas visitas na sala-de-estar, com muita música, comes e bebes, balanço de rede e histórias inteiras.
No sofá-coração sentam poucos muitos e muito poucos; mas independente, tenho lugares especiais para todos os meus convidados.
Todos, garanto, acolhedores.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pontilhados de mim...

Quando eu sumo, aos poucos, pontilhados de mim surgem para marcar o que um dia foi destacado.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pequena Receita

Pegue um relacionamento inteiro e separe o amor da razão, sem danificar a estrutura.
De leve, bata o amor com duas gotas de baunilha, dando a consistência de suspiros.
Acrescente duas medidas drásticas de juízo, um pouco de sorte e cinco gotas de lágrimas de crocodilo para fermentar.
Amasse bem a massa da vida e deixe-a descansar por alguns anos.
Unte uma forma de ser com óleo de trabalho árduo.
Despeje a massa, leve ao forno em temperatura alta e espere crescer.
Para acompanhar, frite a razão que restou com pílulas de sabedoria.
Mas atenção, doure bem as pílulas em fogo baixo e tempere com vasta experiência, até ficar no ponto de vista perfeito.
Serve duas pessoas.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Do Topo Até Os Dedos Dos Pés

Corri para chegar à casinha de pedras vermelhas. Corri, mas estava tão longe. Vi através da janela sombras que riam. Então caí, desatento.

- A vida está aí, acontecendo. - Disse um vento generoso que passava. - Ela não espera por você, se parasse por você prejudicaria tantos mais…

Então eu levantei, porque o vento generoso ajudou-me, ergui a cabeça visivelmente molhada, choro e suor. Então veio a chuva…

- Estou aqui para limpar-te, dentro e fora. - Consegui ouvir da chuva, trazia a mensagem em gotas boas. - A vida não espera, mas manda ajuda. O caminho pode ser tortuoso, mas é porque a vida passa, junto ao tempo, deixando brechas para que, no seu ritmo, possa seguir um caminho. E não pule num abismo vazio. Se for preciso, chore. Encha-o com muitas lágrimas pra poder então cair com segurança de poder nadar pra fora. Não espere a vida, empurrada pelo tempo como nós. Conte com ventos e chuvas e não só, mas trabalhe duro. Vença os obstáculos. Siga. Sorria para a sorte e, talvez, ela sorrirá de volta. Aliás, sorria para tudo/todos porque se tudo te chateia é função tua melhorar. Só tua. É claro que você não precisa negar ajuda alheia, são bem-vindas, mas não seja dependente.

Foi um belo conselho, do tempo que a chuva durou. Largou-me então ali, lavado, limpo. Sorria para o céu e também para o mundo que girava.
Aprendi a sorrir não só com a boca, mas com o corpo todo. Os meus olhos, orelhas e até cabelos sorriam.
Do topo até os dedos dos pés.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desabafos de um Egoísta

Sabe, queria poder dizer que eu não sou uma pessoa egoísta. Com toda a minha alma, eu queria poder dizê-lo.
Dizer que penso demais nos outros, e que faço o que posso para ajudar;
Dizer que fico triste com tragédias alheias à minha existência;
Dizer que gosto de trabalhar porque sou uma pessoa digna;
Dizer que faço por onde merecer respeito e consideração...
Mas, por mais que eu queira ser assim, me vejo adentrando pequenos paradoxos; porque, por mais altruísta que eu queira ser, um maldito egoísmo sempre sobressai.
Eu sou egoistamente altruísta, se posso assim dizer.
Se penso demais nos outros, é porque gosto deles; ou seja, me faz bem pensar neles; quero vê-los bem para que continuem me fazendo bem.
Se fico triste com tragédias que acontecem bem longe daqui, é porque penso que também aqui poderiam acontecer; ou talvez não... Mas mesmo assim é uma falsa empatia, cheia de comparações e expectativas.
Se gosto de trabalhar, se sou uma pessoa digna, se faço por onde merecer respeito e consideração... É porque, mais uma vez, algo aquilo trará em meu benefício.
Ou é para evitar constrangimentos? Ou porque sou educado, talvez?
Mas pare e pense...
Tudo... Todas as nossas atitudes são um pouquinho egoístas. Mesmo que aparentemente não o sejam a princípio.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Singulares no Plural

Somos.
Na maior parte do tempo apenas somos;
Pura e simplesmente, no sentido primordial do verbo.
Mas somos apenas no plural, o que me faz pensar que essencialmente "eu sou", no singular; e singular como sou, acabo só apenas por ser.
Já este, o infinitivo de ser, traz uma infinidade de vantagens.
Posso ser não importa o quê: Ser humano, ser real, posso ser primeira pessoa no singular e no plural.
Alegra-me ser no infinitivo a primeira pessoa; assim tenho a possibilidade de ter infinitas-tantas-outras primeiras pessoas junto à mim.
Não sou mais só eu, no singular.
Agora somos nós, mesmo que sós em nosso respectivo ser, nossas respectivas pessoas.
Portanto gosto de dizer que somos singulares.
É isso mesmo, nós somos singulares no plural.
Mais ou menos assim;
Eu, nós: No infinito do infinitivo e no plural da singularidade de ser quem somos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Apenas Um Solilóquio

- O que sentes no coração?
- Uma insipidez saborosa... Não! Um salobre insosso... É! Quase-doce, temperadamente doce. Existe?
- Ah! É só a sede, Rod.

sábado, 28 de agosto de 2010

Hopefully Laughing

We all should try to look into things with different perspectives. Who said it is easy? Who said we want to?
We seem to hang on to hope, as if it were as solid as rope.
We swim in dreams, as if they were as liquid-perfect as streams.
We wonder "what-ifs", as certain as when we wander in cliffs.
In the end, we embrace or abandon our souls, as if we were dealing with simple goals.
We laugh, we cry, and then we cry again hopefully laughing this time.

Rodrigo A.

Tradução:

Todos deveríamos tentar olhar para as coisas de perspectivas diferentes.
Quem disse que é fácil? Quem disse que queremos?
Parece que nos agarramos as esperanças, como se fossem sólidas como cordas.
Nós nadamos em sonhos, como se nadássemos em perfeitamente-líquidos riachos.
Nós nos perguntamos "Mas e se", tão certos como quando vagamos em falésias.
No fim, abraçamos ou abandonamos as nossas almas, como se estivéssemos lidando com simples metas.
Nós rimos, nós choramos, e então nós choramos novamente esperando rir ao mesmo tempo.

Rodrigo A.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Qualquer Coisa Serve

Momentos inspiradores ocorrem quando se está fora do que para muitos seria o "comum", o "habitual". Talvez, em busca de respostas para perguntas que não esperam respostas, ou em busca de perguntas para respostas que existam sem que tenham sido questionadas. Talvez em reclusão, à sós, com os outros "eus". Muitas vezes se está motivado, outras desmotivado.
Quer-se expor de alguma forma. Letras, cores, sons, palavras, gestos. De vez em quando qualquer coisa serve. Aliás, qualquer coisa serve, sempre. Você não precisa ser escritor, artista ou poeta para tal. Inspiração nasce. Da dor, do ódio, do amor ou qualquer outra emoção que bata forte no peito ou martele fundo na mente. Brota no sorriso, na lágrima, na alma. Alma seccionada em seções, cada qual com uma sede distinta. Sede. Sede seccionada em sedes. Da água, da sabedoria, do amor. Sacia-las então.
Admiradores secretos de segredos admiráveis. Amantes de livro-música, escritores-musicistas do amor. Sabor. Ardor. Dor. Discordamos de nós em cordas; cegos; acordamos. Conhecedores de nada, nadadores em conhecimento.
Inspiração nasce assim. Divagando. Devagar.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Minha Cabeça

"Você tem que comprar lâmpada, leite, papel higiênico e sabão em pó."

R: Ok.

"Sabão em pó, leite, papel higiênico e lâmpada. Sabão em pó, leite, papel higiênico e lâmpada. Sabão em pó, leite, papel higiênico e lâmpada..."

Em menos de 30 minutos cheguei no mercado.

"Pó de lâmpada, leite higiênico e papel-sabão! Não! Papel-pó, sabão de leite e Alladin-higiênico! Caracóis! Leite em pó, lâmpada higiênica e lapela-peito.. Por que diabos quero um caracol? E o que seria uma lapela-peito? Hã? O que era pra comprar mesmo?"

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Somedays

(By Dakini)

Somedays I want to be a glacier
Vast and cold, impenetrable
Aloof and silently watching
My heart barely visible

Somedays I want to be a mountain
Sniffing the rare earth airs
Entertained by swirling mists
Bothered rarely by visitors

Somedays I want to be the rain
Torrents of tears with each storm
Carried by intense winds
Scary to watch

And then
Somedays I want to just be me
Whatever
That is

Lembrete:

Nunca alimente as esperanças de alguém, se elas não condizem com as suas expectativas.

domingo, 8 de agosto de 2010

Auto-diálogo de teor anfibológico

- Algo me deixou feliz.
- Algo deixou feliz a ti? Ou deixou a ti, quando era feliz?
- Um pouco dos três.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Você é Como Você é

O que seria de mim se eu não fosse eu mesmo? Digo, se eu fosse diferente, agisse diferente, pensasse diferente. Não seria eu mesmo, não é mesmo?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Carta Anônima

- Caio Fernando Abreu

Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você.