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terça-feira, 31 de maio de 2016

Balé de Insônia

Se o sono falhar
Sonha acordado
Descalça-te os pés
Ergue teu corpo e dança na noite
E se a música faltar
Não te alardes
O silêncio te fará serenata
Tira o som da sombra
Movimenta-te
Salta no escuro se não enxergar
Invade-te de luz
Não obstante, recria-te
Guia-te por teu coração batente
Absorve seu rítmo surdo
E baila pro mundo
- Sob estrelas-cadentes
E quando cansar...
Canta pro mundo
- Sobre estrelas-cadentes
Até tua voz acabar

Prece Primária

Peço para que o verde esteja sempre aos teus pés
Para que o azul te envolva, aconchegante aos teus ombros
Que do doce amarelo teus lábios possam provar
Que nunca tuas mãos precisem relar em vermelho
Serenidade, da branca espuma do mar
Sabedoria abundante, de nosso preto universo

Rodrigo Aleixo

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Dádivas, Sobras e Ternos

Sobre as
Eternas
Dívidas:

É ter nas
Vívidas
Sombras

Sabidas,
Vividas
E ternas...

...Memórias

Rodrigo Aleixo

domingo, 29 de maio de 2016

Acima de tudo

Em cima do muro
De baixo pra cima
Por cima do escuro
Ainda por cima
Em cima da hora
Acima do sol
De dentro pra fora
À dois num atol

Rodrigo Aleixo

Submemória

Submemória

Reemergiu
Com toda força
Quebrando a superfície
Gelada do silêncio e distância,
Em passos que trespassam oceanos inteiros,
Esboçando pro futuro sonhos que jaziam arquivados
Nos rascunhos das memórias íntimas resgatadas ou quase rasgadas,
Das inspirações, das aspirações desesperadas, das lembranças e recordações
Submersas feito chumbo em lago de lágrimas, longas lástimas pelas quais sucumbo
Com toda força...

Rodrigo Aleixo

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Virará

Ó inspiração vadia
Quero pedir-t'este dia:

Que me conceda estadia,
Farei de ti moradia
Esquece de rebeldia

E d'outra ponta do mar
Quando a areia secar
Espera então calmaria

Nesta minh'alma vazia
Que não mais pôde aguentar
O tanto d'água arredia

Supérflua idolatria,
Da dor que em mim irradia
De minha emoção tardia

E se bem deixo-te estar
E bem ao longe eu gritar
De rouca voz me diria:

Que ainda em mim caberia
Todo este amor que eu sabia
Senão por ti arraigar

Sopra em mim, pois, poesia
Para que sonhe Maria

Despeja em mim melodia
Para que dance Maria

Transborda em mim alegria
Para que pule Maria

Separa em mim regalia
Porque a sorte virá

Rodrigo Aleixo