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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Do Topo Até Os Dedos Dos Pés

Corri para chegar à casinha de pedras vermelhas. Corri, mas estava tão longe. Vi através da janela sombras que riam. Então caí, desatento.

- A vida está aí, acontecendo. - Disse um vento generoso que passava. - Ela não espera por você, se parasse por você prejudicaria tantos mais…

Então eu levantei, porque o vento generoso ajudou-me, ergui a cabeça visivelmente molhada, choro e suor. Então veio a chuva…

- Estou aqui para limpar-te, dentro e fora. - Consegui ouvir da chuva, trazia a mensagem em gotas boas. - A vida não espera, mas manda ajuda. O caminho pode ser tortuoso, mas é porque a vida passa, junto ao tempo, deixando brechas para que, no seu ritmo, possa seguir um caminho. E não pule num abismo vazio. Se for preciso, chore. Encha-o com muitas lágrimas pra poder então cair com segurança de poder nadar pra fora. Não espere a vida, empurrada pelo tempo como nós. Conte com ventos e chuvas e não só, mas trabalhe duro. Vença os obstáculos. Siga. Sorria para a sorte e, talvez, ela sorrirá de volta. Aliás, sorria para tudo/todos porque se tudo te chateia é função tua melhorar. Só tua. É claro que você não precisa negar ajuda alheia, são bem-vindas, mas não seja dependente.

Foi um belo conselho, do tempo que a chuva durou. Largou-me então ali, lavado, limpo. Sorria para o céu e também para o mundo que girava.
Aprendi a sorrir não só com a boca, mas com o corpo todo. Os meus olhos, orelhas e até cabelos sorriam.
Do topo até os dedos dos pés.

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